terça-feira, 14 de maio de 2013

Furlan teria usado Prohab para fins eleitoreiros, segundo secretário




"Ele abriu as inscrições nas vésperas das eleições da filha e deixou até setembro", disse Brasil Torres
Maximiliano Soriani
(maximiliano@webdiario.com.br)

Diversas irregularidades na área da habitação de Barueri ocorridas na gestão passada foram comentadas pelo atual secretário da pasta, Brasil Torres, durante a entrevista exclusiva ao Diário da Região na sexta-feira, 10 de maio.

Entre as principais denúncias que estão sendo apuradas, está o uso do Programa de Habitação de Barueri (Prohab) para fins eleitoreiros, tanto na campanha de 2010 como a do ano passado. Torres ressalta as acusações de que a administração do ex-prefeito Rubens Furlan teria supostamente aumentado o número de áreas livres no município em troca de promessas eleitorais. “Existe um programa habitacional onde a pessoa precisa se inscrever, mas tem critérios, e ele não obedeceu. Ele abriu as inscrições nas vésperas das eleições da filha dele, abriu no mês de agosto, deixou as inscrições abertas até o mês de setembro, e a eleição foi até 3 de outubro”, critica Torres se referindo à campanha eleitoral de Bruna Furlan a deputada federal.

O secretário reconhece que todos os cadastrados para o Prohab passarão por um novo processo de reavaliação para determinar se todos estão dentro das normas do programa.

Como exemplo, Torres destaca as entregas de unidades habitacionais na chamada “Vila dos Baixinhos”, na rua Recanto das Pedras. Nela, foram constatadas irregularidades como a destinação a pessoas ligadas ao ex-prefeito e que não se encaixam nas normas da Prohab.

“Detectamos que são cabos eleitorais e candidatos deles [ligados ao ex-prefeito]. Gente que nem era do município, por isso abrimos uma sindicância e recebemos várias denúncias. São 40 famílias, acredito que retiramos umas 12 e estamos entrando em contato com o judiciário”, avisa o secretário.
Porém, Brasil Torres enfatiza que é preciso iniciar uma nova etapa no setor para o município. Segundo ele, o compromisso de campanha foi a construção de 4.000 novos apartamentos. Embora esteja no projeto, as denúncias do passado ainda assombram a gestão de Gil Arantes, que resultaram, inclusive, numa CPI no ano passado.