segunda-feira, 2 de julho de 2012


CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Com redação final
Sessão: 160.2.54.O Hora: 14:46 Fase: PE
Orador: VANDERLEI SIRAQUE Data: 12/06/2012




O
SR. VANDERLEI SIRAQUE (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, cidadãos e cidadãs brasileiras que nos assistem pela TV Câmara, ainda temos no Brasil, apesar do que já foi feito pelo Presidente Lula e pela Presidente Dilma Rousseff, alguns problemas de infraestrutura nos portos, nos aeroportos e em rodovias, na questão da energia elétrica.
Nós sabemos que uma boa parte dos contratos de concessão de energia elétrica vencerá em 2015 e outra parte vencerá em 2017.
No seminário feito há alguns dias, na Comissão de Minas e Energia, houve duas grandes teses: uma defende a prorrogação das atuais concessões; outra defende uma nova licitação para o setor de energia hidrelétrica no Brasil.
Na verdade, energia não é só hidrelétrica. Nós temos a energia atômica; agora teremos grandes investimentos na energia eólica e investimentos em energia solar, da qual o Brasil é rico, pois em algumas partes faz sol o ano todo; temos também a energia da biomassa e assim por diante.
Mas, com relação ao debate entre renovar as concessões ou abrir uma nova licitação na área de energia elétrica, não é essa a questão formal que interessa aos consumidores brasileiros, sejam os consumidores residenciais de energia elétrica, sejam os consumidores da indústria nacional.
Eu penso que o Governo brasileiro deve focar a redução da tarifa da energia elétrica. Seja na abertura de nova licitação, seja na prorrogação das concessões, acho que o foco tem que ser a redução da tarifa de energia elétrica. Ou o Brasil reduz a tarifa de energia elétrica, ou nós não conseguiremos competir com os nossos produtos industrializados no mercado internacional.
É importante para a competitividade do setor industrial do Brasil a redução das tarifas de energia elétrica. Eu penso que essas concessionárias estão ganhando muito. Inclusive, 42% da tarifa também são tributos, principalmente tributos do ICMS nos Estados. No Estado de São Paulo, mais de 30% da tarifade energia elétrica é tributo, o que prejudica grandes setores da indústria nacional.
E não é só energia hidrelétrica, Sr. Presidente: em São Paulo, em apenas 1 ano, a COMGÁS aumentou em mais de 40% a tarifa de gás, prejudicando a indústria de cerâmica, a indústria de vidros e outras no Estado.
Aqui, estamos falando não só do problema do Estado de São Paulo, mas da questão nacional. Entre renovação de concessões e abertura de novas licitações, esta Casa deve focar a redução das tarifas de energia elétrica para melhorar a competitividade da indústria nacional. Essa redução passa pela diminuição dos tributos e pela diminuição dos grandes lucros das concessionárias de energia elétrica em nosso País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

Pesquisar notícias
02/07/2012 08:00

Agenda da semana

SEGUNDA-FEIRA (2)
9h40
Plenarinho

Programa Escola na Câmara
Visita dos estudantes do Centro de Ensino Fundamental nº 1 do Paranoá ao
Congresso Nacional e bate-papo com a deputada Erika Kokay (PT-DF) sobre abuso e
exploração sexual de crianças e adolescentes.
Plenário 4
TERÇA-FEIRA (3)
10 horas
Sessão Solene

Homenagem aos 200 anos da cidade de Pelotas (RS).
Plenário Ulysses Guimarães
10 horas
CPI do Tráfico de Pessoas no Brasil

Audiência pública com o professor de Direito do UniCeub e da UDF Hédel de Andrade Torres. Após a audiência, haverá votação de requerimento.
Plenário 11
10h15
CPMI do Cachoeira
Depoimentos de Joaquim Gomes Thomé Neto, Rosely Pantoja da Silva, Ana Cardozo de Lorenzo, e Edivaldo Cardoso de Paula.
Sala 02 da Ala Senador Nilo Coelho

14 horas
Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Audiência pública para discutir a presença de resíduos de agrotóxicos em leite materno.
Foram convidados, entre outros, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Brás Barbano; o gerente de Regulamentação Federal da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Guilherme Luiz Guimarães; e o diretor-presidente da Monsanto do Brasil, André Dias.
Plenário 8
14 horas
Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado

Audiência pública com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo; das Relações
Exteriores, Antônio Patriota; e das Comunicações, Paulo Bernardo para debaterem as ações para promover a segurança dos jornalistas e discutir a impunidade dos crimes contra eles praticados em decorrência do exercício da profissão.
Plenário 6
14 horas
Comissão de Viação e Transportes

Audiência pública para discutir os problemas relacionados ao transporte escolar.
Foram convidados, entre outros, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Ivo Borges; a coordenadora-geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Denatran, Maria Cristina Hoffmann; e o diretor da Qualidade do Inmetro, Alfredo Carlos Orphão Lobo.
Local a definir
14 horas
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio

Subcomissão especial destinada a acompanhar, estudar e propor políticas públicas para promover e ampliar a participação do setor produtivo nacional na cadeia de exploração e refino do petróleo, especialmente na camada do pré-sal.
Reunião de trabalho com o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Silvio Sinedino Pinheiro; e o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique da Silva Santos.
Sala de reuniões da Presidência da comissão
14 horas
Comissão Mista de Orçamento
Reunião do Colegiado de Líderes
Sala de Reuniões da Presidência da CMO
14h30
Comissão Mista de Orçamento
Votação de projetos
Plenário 2
14h30
Comissão de Seguridade Social e Família

Audiência pública para discutir o projeto de lei que visa fixar a carga horária de psicólogos.
Foram convidados o presidente do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo, Rogério Giannini; a presidente da Federação Nacional dos Psicólogos, Fernanda Magano; a presidente da Federação dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São Paulo, auditora fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho, Maria da Glória Bittencourt.
Plenário 7
14h30
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática

Audiência pública sobre o projeto de lei que proíbe a publicidade e propaganda para a venda de produtos infantis.
Foram convidados, entre outros, o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa; o presidente do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, Gilberto Leifert; e o presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Junior.
Plenário 13
14h30
Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural

Audiência pública para debater a armazenagem e estocagem de grãos no Brasil e os programas federais de infraestrutura de armazenagem.
Foram convidados, entre outros, os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho; do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues Santos.
Plenário 10
14h30
Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Finanças e Tributação

Audiência pública para discutir a atuação do segmento de cartão de crédito no País.
Foram convidados, entre outros, a secretária nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira da Silva; o consultor do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central, Mardilson Fernandes Queiroz; e o assessor do Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Lauri Henriksen.
Plenário 5
14h30
Comissão Especial da Lei da Anistia

Audiência pública com o coordenador da Divisão de Legislação do Departamento de Coordenação, Organização e Legislação do Ministério da Defesa, coronel Henrique de Almeida Cardoso. Após a reunião, haverá votação de requerimentos.
Plenário 12
14h30
Comissão de Seguridade Social e Família

Subcomissão especial destinada a analisar e diagnosticar a situação em que se
encontram santas casas, hospitais e entidades filantrópicas na área da saúde.

Reunião para discutir e votar o relatório final da subcomissão.
Plenário 15
14h30
Comissão Especial sobre Exploração de Recursos Minerais em Terras Indígenas

Votação de requerimentos.
Plenário 15
14h30
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 1
14h30
Comissão Especial sobre Reformulação do Ensino Médio

Reunião para definir o roteiro dos trabalhos e votação de requerimentos.
Plenário 16
16 horas
Votações em Plenário

Na primeira semana de julho, o único item previsto para a pauta do Plenário é a Medida Provisória 568/12, que concede reajustes salariais a diversas categorias do Executivo.
Plenário Ulysses Guimarães
17 horas
Grupo de Trabalho da Câmara de Negociação de Desenvolvimento Econômico e Social

Reunião para escolher um novo tema para debate.
Local a definir
18h
Comissão Mista de Orçamento
Votação de projetos
Plenário 2

19 horas
Câmara dos Deputados

Cerimônia de abertura das exposições “Primeira Missa no Brasil”, de Victor Meireles; e
“Cenas Brasileiras”, de Cândido Portinari, que compõem o tema “Retratos da Brasilidade”.
Salão Negro
QUARTA-FEIRA (4)
9 horas
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 5
9 horas
Comissão de Seguridade Social e Família

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 7
9 horas
Comissão de Finanças e Tributação

Reunião reservada aos parlamentares com o diretor do Departamento de Administração do Banco Central, Altamir Lopes, para debater aspectos da política cambial, como a adoção do teto para a cotação do dólar em R$ 2,00, como medida de prevenção do impacto do câmbio na inflação doméstica; o coeficiente de repasse da desvalorização para os preços (passthrough) utilizados pelo Banco Central e suas razões; e a justificativa para a decisão do Banco Central de alinhar os movimentos do Real ao chamado US Dólar Index e os resultados dessa estratégia.
Sala da Presidência da comissão
9h30
Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça da Comissão de Direitos Humanos e Minorias; Comissão de Anistia do Ministério da Justiça; e Fundação João Mangabeira e Movimento de Justiça e Direitos Humanos.

Seminário Internacional "Operação Condor".
Auditório Nereu Ramos
10 horas
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 1
10 horas
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 12
10 horas
Comissão de Defesa do Consumidor

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 8
10 horas
Comissão de Finanças e Tributação

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 4
10 horas
Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 2
10 horas
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 3
10 horas
Comissão de Viação e Transportes

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 11
10 horas
Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 13
10 horas
Comissão de Desenvolvimento Urbano

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 16
10 horas
Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 6
10 horas
Comissão de Minas e Energia

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 14
11 horas
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio

Audiência pública para debater a criação do Programa Nacional de Substituição e Suprimento de Fontes de Energia para Estabelecimentos Alimentares.
Foram convidados, entre outros, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; e o presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior.
Plenário 5
14 horas
Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça da Comissão de Direitos Humanos e Minorias; Comissão de Anistia do Ministério da Justiça; e Fundação João
Mangabeira e Movimento de Justiça e Direitos Humanos.

Seminário Internacional "Operação Condor".
Auditório Nereu Ramos
14 horas
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio

Subcomissão especial destinada a acompanhar, estudar e propor políticas públicas para promover e ampliar a participação do setor produtivo nacional na cadeia de exploração e refino do petróleo, especialmente na camada do pré-sal.
Reunião de trabalho com o presidente do Conselho da Organização Nacional da Indústria de Petróleo, Eduardo Eugenio Vieira; o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto; e o assessor da Presidência da Abimaq Alberto Machado, entre outros convidados.
Sala de reuniões da Mesa Diretora
14 horas
Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 6
14 horas
Comissão Especial de Atos contra a Administração Pública

Discussão e votação do parecer do relator.
Local a definir
14h30
Comissão Mista de OrçamentoVotação de projetos
Plenário 2

14h30
Comissão Especial sobre o projeto da Lei de Responsabilidade Educacional

Audiência pública. Foram convidados entre outros, a representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação, professora Rosa Neide Sandes de Almeida; e a secretária de Comunicação da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Márcia Adriana da Carvalho. Em seguida, haverá votação de requerimentos.
Plenário 14
14h30
Comissão Especial do Código de Processo Civil

Mesa-redonda para debater os pareceres-parciais do processo de conhecimento e cumprimento da sentença; e procedimentos especiais.
Foram convidados, entre outros, o professor-adjunto de Direito Processual Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Daniel Mitidiero; o professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) Cândido Rangel Dinamarco; e o desembargador do TJ/MS Dorival Pavan.
Plenário 11
14h30
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar

Discussão e votação do parecer preliminar do deputado Amauri Teixeira (PT-BA), relator do processo contra o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP).
Plenário 7
14h30
Comissão especial sobre o projeto que cria o Estatuto da Metrópole

Relato das conclusões do Fórum de Debates da Região Sudeste, realizado pela comissão em 14 de junho, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Plenário 16
15 horas
Comissão de Turismo e Desporto

Audiência pública com o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, para conhecer os preparativos e a expectativa de resultados da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.
Plenário 5
16 horas
Votações em Plenário

Proposições remanescentes do dia anterior.
Plenário Ulysses Guimarães
17 horas
Espaço Cultural Zumbi dos Palmares e Museu da Câmara

Cerimônia de abertura da exposição "Constitucionalista: 80 anos da Revolução de 1932".
Hall da Taquigrafia
18h
Comissão Mista de Orçamento

Votação de projetos
Plenário 2
QUINTA-FEIRA (5)
9 horas
Votações em Plenário

Proposições remanescentes do dia anterior.
Plenário Ulysses Guimarães
10 horas
Comissão de Defesa do Consumidor

Audiência pública para discutir a situação econômica e os serviços prestados pelas Centrais Elétricas do Pará.
Foram convidados, entre outros, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner; o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto; e o presidente do Conselho de Administração da Celpa e acionista controlador do Grupo Rede Energia, Jorge Queiroz de Moraes Júnior.
Local a definir
10 horas
Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça da Comissão de Direitos Humanos e Minorias; Comissão de Anistia do Ministério da Justiça; e Fundação João
Mangabeira e Movimento de Justiça e Direitos Humanos.

Seminário Internacional "Operação Condor"
Auditório Nereu Ramos
10 horas
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania

Votação de projetos e requerimentos.
Plenário 1
10h
Comissão Mista de Orçamento
Votação de projetos
Plenário 2

10h15
CPMI do Cachoeira

Votação de requerimentos.
Sala 2 da ala Senador Nilo Coelho, no Senado
14 horas
Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça da Comissão de Direitos Humanos e Minorias; Comissão de Anistia do Ministério da Justiça; e Fundação João
Mangabeira e Movimento de Justiça e Direitos Humanos.

Seminário Internacional "Operação Condor".
Auditório Nereu Ramos
SEXTA-FEIRA (6)
14 horas
Sessão Solene do Congresso Nacional
Homenagem ao Dia Internacional do Cooperativismo.
Plenário do Senado Federal
15 horas
Sessão Solene

Homenagem ao Dia do Bombeiro.
Plenário Ulysses Guimarães

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara de Notícias'

CPMI ouve quatro suspeitos de participar do esquema de Cachoeira em Goiás



Gastão
CPI/CPMI - cpmi do cachoeira - selo da CPMI
PF acusa Cachoeira de chefiar jogos ilegais e de traficar influência com agentes públicos e privados.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira ouve nesta terça-feira (3) quatro pessoas suspeitas de participar, em Goiás, da organização do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público, o contraventor seria o chefe de um esquema de jogos ilegais e faria tráfico de influência com agentes públicos e privados.
O primeiro a ser ouvido será Joaquim Gomes Thomé Neto, suspeito de ser um dos responsáveis pelas escutas clandestinas que favoreceriam os negócios ilegais do contraventor.
Já Rosely Pantoja da Silva será ouvida pelos parlamentares por ser sócia da Alberto e Pantoja Construções, apontada como uma das empresas de fachada de Cachoeira. Essa construtora foi acusada de ter pagado, em parte, os serviços que o jornalista Luiz Carlos Bordoni prestou à campanha eleitoral de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás. A empresa de fachada também teria recebido mais de R$ 40 milhões da Delta Construções S.A., a principal empreiteira das obras do PAC, do governo federal. A Delta, segundo a PF, faria parte do esquema de Cachoeira.
Detran e pesquisa de opiniãoA CPMI também vai ouvir o depoimento de Ana Cardozo de Lorenzo, dona da empresa Serpes Pesquisa de Opinião e Mercado, contratada para a campanha do governador goiano, em 2010. A empresa é suspeita de ter recebido dois cheques, no valor R$ 56 mil, do esquema de Cachoeira, por meio da Alberto & Pantoja.
O último a ser ouvido será Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de Goiás, que aparece em gravações da PF garantindo o repasse de verbas do governo estadual para uma das empresas de Cachoeira.
Investigação de Perillo
O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), nega que a próxima reunião do colegiado seja mais uma destinada a investigar o governador Marconi Perillo. "Nós não estamos investigando este ou aquele governador. Nós estamos nos rastros da organização criminosa”, disse Cunha. “Todas as pessoas que foram citadas nos áudios, tenham responsabilidade ou não, nós as estamos convocando para prestar depoimento à CPMI", acrescentou.
Na quinta-feira, a CPMI realiza reunião administrativa. Poderão ser votados os requerimentos de convocação de Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta Construções S.A., e de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em entrevistas à imprensa, Pagot acusou o esquema de Cachoeira de ter tramado a sua queda do Dnit.

* Matéria atualizada às 16h43.
Da Redação/NA

Pai de Cachoeira diz que filho 'nunca mexeu com jogo do bicho'


'Fazem dele um monstro. Ele é mais do que vítima', afirma o pai.
Tião Cachoeira, 88, conta que ele próprio trabalhou com jogo por 20 anos.

Iara Lemos Do G1, em Anápolis
Sebastião de Almeida Ramos, pai de Carlos Cachoeira, que está preso desde fevereiro. (Foto: Vianey Bentes/ TV Globo)Sebastião de Almeida Ramos,
pai de Carlos Cachoeira (Foto:
Vianey Bentes/ TV Globo)
Sebastião de Almeida Ramos, conhecido como Tião Cachoeira e pai do contraventor Carlinhos Cachoeira, afirmou, em entrevista ao G1, que seu filho "nunca mexeu como o jogo do bicho". Tião Cachoeira diz que Carlinhos, como é conhecido o filho, só ajudou donos de máquinas caça-níqueis e que o sustento vinha de um laboratório farmacêutico em Anápolis (GO).
Carlinhos Cachoeira está preso desde o fim de fevereiro acusado de utilizar uma rede formada por agentes públicos e privados para explorar o jogo ilegal. As relações dele são investigadas em uma CPI mista no Congresso Nacional.
"O que acabou com o Carlinhos foi a mídia. Ele nunca mexeu com o jogo do bicho. Fazem dele um mostro. Da forma como estão tratando ele, cada dia ele é uma pessoa pior. Ele é mais do que vítima. Ele é mais do que honesto", afirmou Tião Cachoeira ao G1. A entrevista foi concedida na casa de Tião em Anápolis, no mesmo dia que o "Fantástico" entrevistou Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira - veja a íntegra da entrevista de Andressa ao "Fantástico".
Tião Cachoeira, atualmente com 88 anos, disse que ele próprio atuou com jogo do bicho por cerca de 20 anos. Contou que começou ainda jovem, na década de 60, logo que chegou a Anápolis, depois de ajudar na construção de Brasília na década de 50.
"Eu me associei com um amigo meu aí e comecei a trabalhar em diversas coisas, primeiro com comércio. Tem até rua com o nome dele aí, Rua Gedeon. Agora o que eles falam, o jornal traz uma reportagem, que, em 1953, ele [Carlinhos Cachoeira] pegava jogo do bicho de bicicleta para eu fazer. Dez anos antes de ele nascer?", questionou Tião, ao afirmar que o filho nasceu em 1963.
Sebastião de Almeida Ramos, pai de Carlos Cachoeira. (Foto: Vianey Bentes/ TV Globo)O pai de Carlos Cachoeira em
conversa com G1 em sua casa
em Anápolis (Foto: Vianey Bentes
/ TV Globo)
Tião Cachoeira contou que afastava Carlinhos Cachoeira de suas atividades. "Os filhos sabiam [que vendia jogo do bicho]. Eu nem deixava ele [Carlinhos Cachoeira] chegar na porta."
O pai de Cachoeira disse também que o filho auxiliava os moradores da cidade a conseguir empregos em máquinas caça-níqueis. "Caça-níquel mais foi para ajudar os outros. Foi para ajudar a dar emprego para os outros e eu vou te explicar. Para ajudar os outros que tinham máquina e para ajudar os outros, dar emprego, essas coisas. Jogo do bicho ele não tem. Ele nunca mexeu com jogo do bicho."
Para Tião Cachoeira, que afirmou viver hoje de rendas de aposentadoria, é preciso legalizar o jogo no país. "No Brasil inteiro não tem cidade nenhuma que não tenha caça-níqueis. O irmão do Lula foi preso num caça-níquel. Nunca falaram, falaram do Carlinhos Cachoeira", disse Tião Cachoeira, em referência a Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do ex-presidente Luiz Inácio da Silva investigado em operação da Polícia Federal sobre jogos de azar.
Tião Cachoeira afirmou que, desde a prisão do filho, tem recebido, em Anápolis, pedidos de pessoas que afirmam ter ficado sem fonte de renda. "A cidade acabou uns 80% com esta prisão do Carlinhos. Não estão nem conseguindo pagar aluguel, desempregadas. Elas tinham essas maquininhas. Com a prisão dele, pegaram todas [as máquinas] e acabaram com eles [moradores].".
Para mim foi a coisa pior da minha vida. Ver uma pessoa que não merece estar preso. Entrei chorando e saí chorando."
Tião Cachoeira, sobre visita ao filho no presídio da Papuda
A origem
Tião Cachoeira levou do interior de Minas Gerais o apelido pelo qual a família é conhecida. Seu pai, Antonio, era dono de uma fazenda chamada Cachoeira na cidade mineira de Araxá. Desde então, toda a família passou a ser chamada de Cachoeira.
“Fazenda do papai chamava Cachoeira. O povo de Araxá chamava ele de Antonio Cachoeira. Eu era Cachoeirinha e virou tudo Cachoeira."
Prisão
Tião Cachoeira relatou que visitou o filho no presídio da Papuda, em Brasília, uma única vez.
"Fui uma vez [visitar Cachoeira]. Para mim foi a coisa pior da minha vida. Ver uma pessoa que não merece estar preso. Entrei chorando e saí chorando. Tu vê um filho que só pode pegar nove bananas e um saquinho de bolacha que pode levar para ele. Foi isso que eu levei lá quando eu fui. E a mulher dele que vai lá toda a semana leva a mesma coisa, nove bananas e um saquinho de bolacha. Esta semana ele devolveu até. Ele não quis", contou o pai do contraventor.
A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, deixa o tribunal antes do final da sessão de julgamento, ao lado de Tião Cachoeira, pai do contraventor (Foto: Rafael dos Santos / G1)A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, e Tião
Cachoeira ao deixarem o TJ-DF, que julgava um
pedido de liberdade para Cachoeira. A liberdade foi
negada (Foto: Rafael dos Santos / G1)
Ele disse esperar que o filho seja solto até 16 de setembro, quando completa 89 anos. "Espero que ele saia antes. Se ele sair logo, aí eu vou até os 100 anos."
O pai de Cachoeira lamentou ainda a ausência do filho no enterro da mãe, que morreu em maio. Maria José de Almeida Ramos, de 79 anos, conhecida como dona Zezé, estava internada em Anápolis.
“Minha esposa ficou na UTI. E não deixaram ele [Carlinhos Cachoeira] vir vê-la. Deixar eles deixaram, mas vir algemado e acompanhado de policiais na terra dele, onde todo mundo é amigo. Para ele, era impossível”, disse Tião.
Na última semana, Cachoeira se desentendeu na prisão com um agente e pode responder por desacato.. Segundo Tião Cachoeira, o filho está muito “agitado”, e tem recebido visita frequente de um médico da prisão. “Ele está muito agitado, doente, o médico até foi ver ele ontem [quinta-feira]”, disse.
Demóstenes
Sobre a amizade de Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Tião Cachoeira afirmou que o filho nunca pediu ao político favores irregulares. Demóstenes teve o pedido de cassação do mandato aprovado pelo Conselho de Ética do Senado por suspeita de ter utilizado o mandato parlamentar para beneficiar o bicheiro. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vota o pedido de cassação do senador nesta quarta-feira (4).
“Amigos eles eram [Cachoeira e Demóstenes]. Para te falar a verdade, tu via às vezes ele pedir para o Demóstenes fazer, mas nada de crime. Nada do que ele pediu para o Demóstenes era crime, e o Demóstenes nunca ajudou, nunca fez nada para ele”, contou o pai do contraventor.